Se pudesse escolher, você preferiria ficar horas on-line, navegando na Internet, ou passar esse mesmo tempo fazendo sexo?
O debate pode parecer estranho, mas uma pesquisa americana, desenvolvida pela Intel e pela Harris Interactive, descobriu que 46% das mulheres preferem ficar duas semanas sem sexo a abrir mão do mundo da web. Na faixa dos 35 aos 44 anos, o número é ainda maior: 52%.
Entre os homens, a estatística também surpreende e bate a casa dos 30%. A pesquisa ouviu 2119 pessoas, de diversas idades e regiões do país.
Outra pesquisa on-line, feita pelo canal CNET do grupo CBS, também nos EUA, mostrou que 30% das pessoas desistiriam do sexo por um ano, enquanto 26% ficariam sem conexão se necessário. Nessa pesquisa, 40% disseram que não gostariam de sacrificar coisa alguma.
Esse vício pela Internet pode criar um vão quando o assunto são as relações afetivas - tanto que algumas pessoas preferem o computador ao parceiro. A psicóloga Laila Pincelli, de São Paulo, acredita que o uso excessivo de meios não pessoais pode interferir mesmo nas relações. Especialista em Terapia Familiar e de Casal, ela diz que o mundo virtual cria certa banalidade e superficialidade nos relacionamentos.
“Com esses recursos, a comunicação se torna rápida, porém menos profunda e, portanto, mais volátil. Fica fácil, também, entrar e sair de uma relação”. Segundo ela, mesmo entre os que se conhecem pessoalmente, a relação passa a ser mais virtual que física. “É fácil, literalmente, deletar alguém que não lhe dá atenção”.
Laila, autora do livro “Mulher solteira procura... o quê?”, acredita que a comunicação virtual dá margem a interpretações ambíguas e, muitas vezes, a mal-entendidos. “Fica-se na dúvida entre o que é virtual e o que é real. O que se supõe ser desinteresse por parte do outro - e muitas vezes é - gera ansiedade e distanciamento”. Cuidado com o tempo que fica on-line. Pode ser que, sem saber, você esteja preferindo o mundo virtual às delícias do mundo real.
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